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Portal Brasil Engenharia | Professor da University College London fala sobre deslocamento urbano na Expo Arquitetura Sustentável

15/09/2015 - Professor da University College London fala sobre deslocamento urbano na Expo Arquitetura Sustentável
 
Alan Penn, reitor da Faculdade Bartlett,  adianta alguns dos tópicos da sua palestra, que acontece no dia 12 de novembro, em São Paulo. Pesquisador quer criar código de ética para profissionais da construção civil
A Expo Arquitetura Sustentável reúne especialistas e pesquisadores de diversos campos ligados à construção verde. A feira e congresso, que acontece de 10 a 12 de novembro de 2015, traz nomes como o do professor de arquitetura e reitor da Faculdade Bartlett, Alan Penn. A Bartlett é parte da UCL – University College London. Em entrevista, o acadêmico adianta alguns dos tópicos que serão abordados em sua apresentação, no dia 12 de novembro, em São Paulo, Space Syntax – deslocamento de pessoas e veículos em áreas urbanas, e como garantir que projetos imobiliários se tornem benéficos para o presente e as próximas gerações.
Conheça a programação completa do congresso em www.expoarquiteturasustentavel.com.br
 
O sr. pode explicar um pouco do seu trabalho e o que será apresentado na Expo Arquitetura Sustentável?
Meu trabalho tem como foco entender a sustentabilidade social de prédios e cidades. Pesquisamos como o desenho das cidades afeta o movimento das pessoas, como elas se movem e entram em contato umas com as outras criando redes sociais – no sentido literal do termo – e comunidades. Como essas comunidades se mantêm ou desaparecem. O que vemos é que a estrutura do espaço pode levar à disposição de comércios e outras interações e inovações. Se você as dispõe de uma maneira, consegue economias muito ativas, de outras, surgem desertos. O enfoque da minha apresentação em novembro será esse. Além disso, vou abordar como o trânsito funciona, e como as cidades podem ser caminháveis ou dominadas por veículos. Tentarei explicar essas relações.
Também estou prestes a iniciar um projeto no qual vamos modelar o terreno inteiro do Reino Unido, em termos de sistemas de estradas, para entender o que está prejudicando tanto a região norte de Londres. Toda riqueza está concentrada no Sul e Sudeste, e há muito desemprego no Norte. A questão é como reverter isso.
 
Qual a experiência de trânsito em Londres?
Se você olhar os registros históricos de velocidade em Londres, em 100 anos a velocidade média não mudou muito. Na época da tração a cavalos a média era de 17 km/h. Continuamos nessa mesma faixa, 14 km/h no centro da cidade e talvez 30 km/h nas áreas periféricas. Mas a percepção das pessoas mudou, porque os carros podem ir mais rápido do que isso. O que realmente melhorou o trânsito no centro da cidade foram os pedágios urbanos, que forçaram uma queda na demanda de espaço nas ruas para os automóveis. Claro que algumas pessoas podem questionar essa medida, e criticar a arrecadação de dinheiro feita pela prefeitura, mas essa ideia tem sido bem-sucedida, junto com o espaço dado a pedestres e bicicletas.
 
E como a densidade urbana melhora a ocupação sustentável de uma cidade?
Existe uma ideia central sobre densidade nas cidades. Um dos enfoques que podemos dar é que é necessária certa densidade para as cidades serem eficientes. Quanto mais densa é a cidade, mais barato se torna uma malha de transporte público. Os subúrbios norte-americanos, por exemplo, têm um sistema de transporte muito pouco eficiente, e todos têm carro. Isso causa um efeito negativo porque ainda não temos carros com emissão de carbono tão baixa ou nula. O fato é que cidades mais densamente povoadas tendem a ser mais produtivas.
 
Essa ideia se aplica tanto na relação dos habitantes com a cidade quanto na relação entre funcionários e o espaço de trabalho, não?
Algo que descobrimos em pesquisas é que se mover entre dois lugares – dentro da cidade ou escritório – cria chance de contato aleatório com mais pessoas. Se você desenha sua cidade privilegiando somente a locomoção, as ruas se transformam em um espaço somente de movimento, sem interação. Você perde oportunidades. Enxergamos o trânsito somente como algo negativo, mas se privilegiarmos somente o movimento de um ponto a outro, as cidades se tornam menos humanas. Pense na Avenida Champs Élysées, em Paris. É uma região de tráfego intenso, mas cheia de vida. A versão norte-americana do mesmo lugar seria uma estrada sem vida alguma. Não podemos utilizar somente parâmetros da engenharia de trânsito.
 
O sr. acredita que é mais difícil conceber projetos ou mudar a mentalidade das pessoas sobre como devem ser as cidades e as construções?
A minha experiência mostra que, em geral, as pessoas são muito boas em fazer os projetos acontecerem. Por exemplo, tenho certeza que quase tudo será entregue para as Olimpíadas do Rio, estou confiante, e serão jogos incríveis. O mais difícil é mudar a mentalidade sobre como deve ser feito. Você pode explicar para o cliente que é possível fazer melhor se adotar essas medidas. Contudo, isso é difícil. Querem continuar fazendo como sempre foi feito. O problema não é entregar, mas mudar o jeito de fazer.
 
Como enxerga as certificações ambientais na criação de cidades mais inteligentes?
O Reino Unido tem uma longa história de certificações, mas elas não podem se tornar simplesmente itens a se cumprir em uma lista. Você pode ter um prédio com a mais alta certificação, e mesmo assim emitir tanto carbono quanto aquele com menos credenciais. Por isso, acredito que, muito em breve, poderemos medir o nível absoluto de energia e carbono consumidos. De todo modo, as certificações obrigam as pessoas a pensarem, o que não é ruim.
 
Dessa forma, as legislações também possuem um papel importante para garantir prédios melhores?
Acho que legislações podem funcionar, mas dependem da cultura onde estão inseridas. Em muitos casos a burocracia impede que tenham o efeito desejado. Essa é uma opinião um tanto cínica, mas a verdade é que essas medidas dependem muito mais das pessoas, que devem tentar fazer a coisa certa. Especialmente os clientes. Se estão interessados em economizar ciclos de vida, então acho que há como alcançar melhorias. Contudo, esse público às vezes não entende as implicações do processo construtivo, ou se preocupam muito mais com o valor da construção, e não com os custos de manutenção para moradores ou usuários.
 
O sr. acredita que é papel dos profissionais de construção educarem esse público/ cliente?
É papel do engenheiro ou arquiteto e de todos da construção. Na verdade, agora discutimos no Reino Unido um código ético para essas profissões. Devemos nos tornar eticamente responsáveis, não apenas pelo interesse dos clientes, mas pelos interesses das próximas gerações. Queremos criar uma espécie de Juramento de Hipócrates, como existe para a medicina. Então dessa forma, poderíamos nos opor a interesses imediatos, auxiliados pela lei. “Não podemos fazer isso, porque seria errado e porque a lei diz que não”. Esse seria o melhor caminho.
 
O professor Alan Penn apresenta-se no dia 12 de novembro, na sala Santana 2, às 16h40
Expo Arquitetura Sustentável – Feira Internacional de Construção, Reforma, Paisagismo e Decoração
Data 10 a 13 de novembro de 2015
Local: Expo Center Norte – Rua José Bernardo Pinto, 333 - Vila Guilherme
Horário: Exposição das 11h às 20h - Conferência das 9h às 17h
 
2PRÓ Comunicação