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16/06/2016 - Arquitetura e engenharia são instrumentos para o desenvolvimento de um país

Em Workshop do Sinaenco, promovido no Construction Summit, especialistas ressaltam a importância dessas duas áreas para o futuro do Brasil

painel_sinaenco.jpgA arquitetura e a engenharia têm um papel imprescindível para o crescimento de uma nação por estar presente e atuar de forma efetiva nos cinco pilares fundamentais: saúde, educação, segurança pública, infraestrutura e defesa nacional. “Somos operadores para o desenvolvimento do país”, afirmou José Roberto Bernasconi, presidente do Sinaenco – Sindicato Nacional da Arquitetuar e da Engenharia, no Workshop promovido pela entidade no Construction Summit 2016, nesta quinta-feira (16/6), em São Paulo.
No entanto, para que os profissionais desse setor possam trabalhar de maneira efetiva e eficiente, é necessário que ocorram mudanças. “Estamos submetidos a uma alta carga tributária, de cerca de 40%, a condições difíceis de trabalho e somos uma sociedade com forte depedência de um poder. Tudo isso tem nos levado a perda de espaço e enfraquecimento de nossa capacidade de empreender. Por esse motivo, precisamos romper com essas questões que nos aprisionam”, avaliou Bernasconi. “E, ainda assim, temos conseguido criar novos mercados e prestar excelentes serviços de arquitetura e engenharia aqui e no exterior, com reconhecimento mundial”, acrescentou.
Afonso Mamede, presidente da Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração, concorda com Bernasconi sobre a competência da engenharia e arquitetura brasileira e sobre as questões de mudanças nos modelos existentes. “O sistema atual está baseado em regras que não podem continuar como estão, exigindo uma profunda transformação, como por exemplo, realizar uma licitação após a entrega de um projeto bem estruturado e, não como agora, em que é necessário apenas um projeto básico, sem licença ambiental e sem segurança jurídica, criando expectativas em relação à custo e cronograma. Mas quando temos o detalhe, isso não é possível de ser cumprido”, explicou.
Para contribuir com essas mudanças, a Sobratema juntamente com o Sinaenco e mais 11 entidades do setor da construção, assinaram um manifesto para a retomada do desenvolvimento da infraestrutura nacional. “Nosso papel é contribuir para mudar os rumos, apresentando as necessidades, as carências e o que precisa ser mudado no setor da construção. “Se realizarmos essas transformações, naturalmente, o investimento voltará porque sabemos que sem infraestrutura não conseguiremos escoar nossa produção. Além disso, a situação como está, quando o Brasil voltar a crescer, faltará infraestrutura, como energia, transporte, entre outros”.

Desenvolvimento Urbano
A questão do desenvolvimento das cidades também foi foco do Workshop do Sinaenco no Construction Summit 2016. Sergio Magalhães, presidente do IAB – Instituto de Arquitetos do Brasil alertou sobre o crescimento urbano nos próximos 25 anos. “Até 2040, iremos construir metade que foi construído até hoje, por esse motivo, precisamos qualificar nossos centros urbanos, caso contrário, não teremos condições de sustentar esse crescimento”, afirmou. “Isso significa que não estaremos inseridos convenientemente neste século XXI, que tem como características a inovação, o conhecimento e as cidades”.
Segundo dados apresentados por Magalhães, em 1945 o Brasil tinha 2 milhões de domicílios e, em 2010, esse número passou para 60 milhões, sendo que apenas 1/5 desse total de domicílios foi financiado por políticas públicas de habitação. “Esses números mostram que as famílias fizeram um grande esforço, sendo responsáveis pela aquisição de suas próprias residências”, ressaltou. “Porém, é preciso que o Estado garante a infraestrutura onde as pessoas construíram suas moradias, com serviços de qualidade, reduzindo, dessa maneira, os passivos sócio-ambientais da habitação”.

Educação
Essas mudanças também são importantes para fazer com que o Brasil assuma o protagonismo global tanto em termos econômicos como sociais. Segundo Ozires Silva, ex-ministro da Infraestrutura e presidente do Conselho de Administração do Grupo Ânima de Educação e Cultura, o país possui muitas oportunidades a serem exploradas e tem a maior chance de crescer entre as nações que compõe os BRICs. “Temos dois patrimônios excepcionais como nossa população e nosso território”, disse. “Mas, o que vemos, atualmente, é que não há produtos brasileiros nas cidades do mundo”, complementou.
Para que essa realidade se transforme, Silva destaca a importância da educação, para que cresça a capacidade de empreender no país, criando, assim, novos produtos de alto valor agregado, gerando empregos e conquistando o planeta. “Temos muitos desafios, porém temos um exemplo de empresa que nasceu nesse conceito e prosperou, a Embraer”, finalizou. O workshop contou com a mediação do jornalista Rubens de Almeida.

Especialista defende uso de concreto no lugar de asfalto para pavimentação de estradas e ruas
A pavimentação de ruas e estradas com o uso de concreto no lugar de asfalto pode ser inicialmente mais cara, mas quando se considera o menor custo de manutenção ao longo da vida útil do pavimento, se torna mais viável economicamente. A constatação é do engenheiro civil norte-americano Chris Tull, da CRT Consulting Concrete e foi feita durante a palestra Pavimento para Cidades Sustentáveis, ministrada no Construction Summit 2016, promovido pela Sobratema nesta quinta-feira (16), em São Paulo. A palestra é a primeira das três programadas pela World of Concrete, maior feira mundial da cadeia do concreto, que é parceira da Sobratema na realização do Summit.
“Nos Estados Unidos, todos os gestores públicos e também os usuários preferem esperar um pouco mais para utilizar uma estrada, do que ter uma obra executada com maior rapidez, mas que necessitará de constantes manutenções”, comentou o palestrante, que é considerado um dos mais experientes especialistas em pavimentação de concreto do mundo.
Em sua apresentação, Tull também detalhou as vantagens da aplicação do concreto permeável, sobretudo em relação a ganhos de sustentabilidade. Esclareceu que, nos Estados Unidos, esse tipo de pavimento já é bastante utilizado, sobretudo, em áreas de estacionamento de veículos de centros de distribuição e logística e indústrias. “Essa inovação necessita de um detalhado projeto, pois envolve estudos desde o tipo do solo, se é mais arenoso ou argiloso, passando pela melhor forma de compactação a ser feita, até chegar a técnica ideal para ajudar no escoamento da água pluvial”, relatou o palestrante.

Legenda: Afonso Mamede (Sobratema), Ozires Silva (ex-ministro), Rubens Almeida (mediador), Sergio Magalhães (IAB) e José Roberto Bernasconi (Sinaenco).

Foto: divulgação - crédito: Marcelo Vigneron
Mecânica de Comunicação

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