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Portal Brasil Engenharia | Pesquisa monitora esgoto para detecção precoce do novo coronavírus

Pesquisa monitora esgoto para detecção precoce do novo coronavírus

bióloga Simone Benassi Divisão de Reservatório da ItaipuPesquisa monitora esgoto para detecção precoce do novo coronavírus

A coleta das amostras começou em maio de 2020, na Itaipu, e em fevereiro deste ano, no sistema de esgotamento sanitário de Foz do Iguaçu. Resultados ajudam no desenvolvimento da metodologia e apoio para a tomada de decisão no combate à covid-19. I

Pesquisa da Itaipu Binacional e parceiros está utilizando amostras de esgoto sanitário para mapear a presença do novo coronavírus (Sars-CoV-2) em áreas específicas da usina e em bairros de Foz do Iguaçu (PR). As amostras são coletadas semanalmente e passam por testes de RT-PCR no laboratório de biologia molecular da Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Paulo.

Intitulado “Monitoramento do esgoto como ferramenta de vigilância sanitária para detecção precoce do Sars-Cov-2”, o projeto é desenvolvido pela Itaipu Binacional, por meio da Diretoria de Coordenação, em parceria com a UFABC, Prefeitura de Foz do Iguaçu, Parque Tecnológico Itaipu (PTI-BR), Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC) e Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).

Os testes metodológicos e as coletas de esgoto começaram em maio de 2020, nas instalações da Itaipu (primeira fase do projeto), e em fevereiro deste ano, no sistema de esgotamento sanitário da cidade, operado pela Sanepar.

A próxima etapa do projeto será qualificar o laboratório de biologia molecular do PTI, no Edifício das Águas, para a realização dos testes RT-PRC também em Foz do Iguaçu. A capacitação de profissionais e bolsistas no laboratório começa nesta segunda (5) e segue até sexta-feira (9).

O projeto parte da constatação de que pessoas com a covid-19 (sintomáticos e assintomáticos) podem eliminar o vírus nas fezes antes do aparecimento dos primeiros sintomas da doença; e após o desaparecimento dos sintomas, por até 40 dias, com carga viral reduzida.

Ao analisar as amostras e avaliar os resultados, é possível elaborar notas técnicas, gráficos e mapas de calor georreferenciados, sinalizando as regiões com maior e menor incidência do vírus e suas variantes. Os dados também permitem acompanhar a evolução da epidemia e antecipar em até duas semanas a curva da média móvel de casos.

Outro resultado esperado é identificar em quais regiões da cidade a campanha de vacinação deve ser intensificada, uma vez que os resultados são apresentados por bairros e distritos epidemiológicos. De acordo com a prefeitura, mais 130 mil moradores já receberam pelo menos a primeira dose da vacina em Foz do Iguaçu.

“A utilização de informações advindas do monitoramento do sistema de esgotamento sanitário é estratégica tanto para uma empresa como para a cidade, pois permite o estabelecimento de indicadores e critérios de risco para subsidiar a vigilância epidemiológica em relação a esta doença emergente”, afirma a bióloga Simone Frederigi Benassi, da Divisão de Reservatório da Itaipu e coordenadora do projeto pela empresa.

“O monitoramento pode ainda fornecer informações relevantes para orientar e qualificar o plano de testagem da população e demonstrar a importância de os gestores da saúde pública atuarem em áreas e regiões com maior frequência de ocorrência viral”, completa.

A coordenadora do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) do município, Carmensita Gaievski Bom, reforça que o monitoramento possibilita “analisar tendências e alterações na ocorrência do coronavírus nas diferentes regiões de Foz do Iguaçu e entender a prevalência e a dinâmica de circulação do vírus”. “Esta informação”, ela diz, “será utilizada como uma ferramenta de vigilância epidemiológica, auxiliando os gestores municipais na tomada de decisões sobre a pandemia da covid-19.”

O gerente de Pesquisa e Inovação da Sanepar, Gustavo Rafael Collere Possetti, esclarece que, embora possa ser detectado nas amostras coletadas, o Sars-CoV-2 não está na sua forma ativa e infecciosa, portanto, não há risco de transmissão pelo esgoto. A presença do novo coronavírus no sistema é apenas um indicador que pode ser associado com a abrangência da doença.

“Neste momento, a integração de esforços é fundamental para o enfrentamento à covid-19. Estamos atentos à perspectiva da inovação aberta e entendemos que o conhecimento e a tecnologia devem ser direcionados para bem servir a sociedade. Por isso, estamos colaborando com este importante projeto”, diz Possetti.

Conhecimento científico

O coordenador e idealizador do projeto, professor Rodrigo de Freitas Bueno, da UFABC, especialista na área de tratamento de esgoto, avalia que a iniciativa tem um “forte elemento de desenvolvimento de capacidades, oferecendo oportunidades para alunos de iniciação científica, mestrado, doutorado e de pós-doutorado”. “Sob a orientação dos pesquisadores principais e colaboradores do projeto, os alunos terão amplas oportunidades de aprender sobre epidemiologia de águas residuais e pesquisas relacionadas no país”, afirma.

Bueno destaca ainda a colaboração multidisciplinar, com pesquisadores de várias origens acadêmicas e diferentes instituições. “Um aspecto chave deste projeto é a transferência de conhecimento”, diz. “Essa colaboração permite que cientistas em início de carreira ganhem experiência de trabalho em várias disciplinas e regiões.”

O professor Cristian Rojas, docente do curso de Ciências Biológicas e do Mestrado em Biociências da Unila, comenta a participação no projeto lembrando que “a academia sempre procura novos caminhos, a reciclagem de conhecimentos permeia todas as atividades da universidade”. “Ao mesmo tempo que estamos focando nas atividades iniciais, já estamos discutindo com a equipe novos tópicos, como a questão das variantes e possibilidades alternativas de detecção. Tudo isso sempre baseado na análise dos artigos científicos mais recentes.”

Para o diretor técnico do Parque Tecnológico Itaipu, Rafael José Deitos, a pesquisa representa “a materialização muito clara do propósito do PTI, que é transformar conhecimentos e tecnologias em soluções para o progresso da sociedade”. Segundo ele, nada mais evidente desse benefício que a detecção precoce do vírus da covid-19 no esgotamento sanitário, com potencial de prevenção de outras doenças virais, como a zica, a febre amarela e a chicungunha.

“Outra missão do PTI é a formação de capital intelectual. Quando trazemos esse tipo de iniciativa, com grandes parceiros, estamos exatamente produzindo capital intelectual na região”, pontua.

Simone Benassi revela que o projeto já está fomentando pesquisas correlatas, contribuindo assim para o conhecimento científico da região e do País. Ela cita como exemplo estudos para a criação de um teste rápido de detecção do Sars-CoV-2 em esgoto e um novo método para monitoramento de variantes do vírus. Hoje, esse trabalho somente é feito na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, e na Universidade de São Paulo (USP).

Os pesquisadores enfatizam que todo o trabalho é baseado no conceito de “saúde única” (One Health), que defende uma visão integrada entre a saúde humana, a saúde animal e o meio ambiente para o planejamento e execução das políticas públicas.
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Testes de RT-PCR serão feitos em Foz do Iguaçu

Os testes RT-PCR para detecção do novo coronavírus nas amostras de esgoto também serão feitos em Foz do Iguaçu, no laboratório molecular do PTI, no Edifício das Águas. O treinamento da equipe começa nesta segunda-feira (5) e segue até sexta (9), ministrado por pesquisadores da UFABC e Unila.

Os equipamentos para equipar o laboratório foram adquiridos com recursos de Itaipu, que investiu R$ 3,5 milhões no projeto. O valor inclui equipamentos, insumos e bolsas de pesquisa.

“Com apoio da Itaipu, foi possível adquirir equipamentos essenciais, como um PCR em tempo real, ultrafreezer, fluxo laminar, centrífugas, kits de detecção de covid-19, entre outros. Além disso, permitiu a disponibilização de bolsas de pesquisas para contratação de pessoal especializado”, relaciona o coordenador do projeto, professor Rodrigo de Freitas Bueno.

Simone Benassi explica que, no primeiro mês após a capacitação, as análises serão feitas concomitantemente em Foz do Iguaçu e São Paulo. “Faremos nos dois laboratórios até acertarmos a metodologia. Se for necessário, podemos expandir esse prazo. Mas a ideia é que, depois deste período, todos os testes [com as amostras da cidade] sejam feitos somente em Foz do Iguaçu”, diz.

Também estão sendo preparados uma cartilha e um e-book para divulgar os resultados e a importância do projeto para a comunidade.

Foto: Coleta de amostras de esgoto na usina, bióloga Simone Benassi, Divisão de Reservatório da Itaipu (Crédito: Rubens Fraulini | ITAIPU Binacional)

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