Chuvas de verão não garantem abastecimento dos reservatórios

13/01/2015 - Chuvas de verão não garantem abastecimento dos reservatórios
 
Racionamento é a única solução para recuperação dos mananciais até o fim do período de chuvas
 
As últimas tempestades na cidade e na região metropolitana de São Paulo ainda não são suficientes para elevar o nível dos reservatórios de água, que voltou a cair nesta segunda-feira (12), ficando entre 0,1 e 0,4 ponto percentual, de acordo com balanço divulgado pela Sabesp.
Com o início do outono, as chuvas cessam por cerca de seis meses e, por conta da atual condição pluviométrica desfavorável para a recuperação dos mananciais, a tendência é que a cidade entre em colapso caso medidas de prevenção não sejam tomadas pelo governo estadual e também pelas concessionárias municipais e privadas.
De acordo com o diretor do Portal Tratamento de Água, Eduardo Pacheco, o racionamento é a única solução imediata para a crise hídrica em São Paulo. Para tentar recuperar os reservatórios, ele acredita que será necessário baixar a demanda de 60 m³/s (consumo atual) para 10 m³/s ou 15 m³/s por segundo.
“As companhias de saneamento, todas, e o governo têm que vir a público e falar que o racionamento terá que ser muito mais radical do que se imagina. É como dizer que teríamos que ficar um dia com água e quatro, cinco ou seis [dias] sem água. Isso para que possamos chegar ao outono tendo um reservatório minimamente abastecido, que não fique sem água nenhuma durante o outono e o inverno”, diz o diretor do Portal Tratamento de Água.
Soluções como o reúso de água são viáveis para controlar a escassez de água em São Paulo, porém são medidas que devem ser adotadas a longo prazo. “Nenhuma obra que possa reverter esse quadro tem condição de ser feita até abril, porque são obras complexas e importantes. Por exemplo, uma obra significativa é o sistema São Lourenço, que pode nos trazer, no final do plano, 8 m³/s. Mas ela não vai ficar pronta esse ano”, afirma Eduardo Pacheco.
 
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