Racionamento de água e alta na energia impulsionam práticas “verdes”

02/04/2015 - Racionamento de água e alta na energia impulsionam práticas “verdes”
 
Antes um investimento de marketing, certificados e iniciativas relacionadas à sustentabilidade ganham mais adeptos no meio corporativo
 
Escassez de água e altas tarifas elétricas estão entre os problemas que estão movimentando a procura por soluções sustentáveis em empreendimentos corporativos. Mais do que ações que dão retorno de marketing, certificações de responsabilidade ambiental, por exemplo, tornaram-se quase uma obrigação. “Antes, ao se fazer um projeto, buscava-se algo belo, funcional e viável. Atualmente, há grande busca pelos benefícios de se escolher um produto ou empresa que se mostrem verdadeiramente preocupados com o planeta e com o ser humano, seu futuro e, principalmente, com o bolso dos seus clientes”, pondera Alexandre Nagazawa, diretor da Bloc Arquitetura.
As construtoras estão mais exigentes para atender aos consumidores, que têm se mostrado cada vez mais preocupados. Existem demandas hoje que seriam inimagináveis há quinze anos”, pontua o arquiteto. Segundo ele, questões sobre reaproveitamento de água pluvial e uso de energia solar são recorrentes. Boa arquitetura aliada a planejamento e tecnologia, nesse sentido, aparecem como aliados. “O uso do vidro sempre foi comum em empreendimentos corporativos, e uma boa estratégia de projeto com a escolha do produto certo pode reduzir gastos com ar condicionado e luz artificial, mas se feita de maneira errada, terá efeito reverso”, exemplifica Nagazawa.
Adriana Assis, engenheira da SAS Certificadora, que audita e certifica empresas com práticas sustentáveis, explica que essa tendência tem alavancado a procura por informações sobre como construir ou adaptar empreendimentos para reduzir a utilização de água e energia elétrica. Aproveitando a demanda, a SAS lançou, inclusive, um curso específico sobre sustentabilidade em construções e plantas industriais, que é realizado periodicamente. “Há alguns anos, a certificação nessa área era um investimento de marketing. Na atual conjuntura, tudo indica que, em breve, isso será visto como uma obrigação”, analisa Adriana.
Realizado em parceria com a EcoConstruct Brasil, o curso tem como público-alvo administradores, engenheiros e estudantes de engenharia. “Nesse curso, apresentamos as principais tecnologias e soluções disponíveis atualmente, além de tirar dúvidas de empresários que buscam melhorar a gestão de recursos naturais”, explica a engenheira da SAS.
 
Exemplo
Quando o assunto é sustentabilidade, o centro de distribuição da Loja Elétrica não deixa a desejar. Inaugurado no primeiro semestre de 2014 para ser o maior CD da América Latina, com 20 mil metros quadrados de construção, o empreendimento foi todo feito conforme os padrões exigidos para a obtenção do Selo Verde. “Para conquistar a categoria ouro, o projeto concebeu algumas especificações, como a diminuição do consumo de energia. Foram utilizadas, no interior da construção, apenas lâmpadas de LED. Também utilizamos energia eólica e placas solares para obter energia renovável que abastece o próprio CD”, explica Wagner Mattos, diretor administrativo.
Ainda de acordo com o diretor, o empreendimento reaproveita resíduos para reciclagem, utiliza torneiras de jato aerado, vasos sanitários econômicos, tem pavimentação feita com bloquetes (mais permeáveis que o asfalto), além de contar com sistema de captação de água pluvial, usada para irrigar os jardins.
Outro exemplo é o grupo Super Nosso que iniciou a implantação dos sistemas para captação e reaproveitamento da água das chuvas. Na primeira loja, onde foi implementado, o Apoio Sete Lagoas, as águas serão usadas nas descargas sanitárias e para regar os jardins. “O planejamento para 2015 é que o gasto de água seja reduzido em até 30%.”, conta Viviane Veríssimo, gerente de RH do grupo. Ela ainda afirma que as outras lojas receberão a novidade ao longo do ano.
 
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