Canalização de rios e córregos proibido em BH

22/02/2016 - Canalização de rios e córregos proibido em BH
 
Os vereadores de Belo Horizonte aprovaram na última quinta-feira, 18, em segundo turno, o Projeto de Lei, da autoria de Arnaldo Godoy (PT), que proíbe a canalização de córregos, rios e ribeirões da capital mineira. A PL foi criada em prol da melhoria social e ambiental da cidade, visando sanar os problemas advindos das chuvas, que geram enchentes e alagamentos, além de alterar o microclima da região.
Segundo o arquiteto Gabriel Velloso da Rocha Pereira, diretor da Horizontes Arquitetura, esta é uma excelente oportunidade para que todos voltem os olhos para os cursos d´água existentes no território urbano.
“Ao longo de anos tapamos os rios e córregos e não nos preocupamos com a saúde deles, se tornando fácil despejar ali o esgoto e todo o lixo possível, colocando a sujeira ‘embaixo do tapete’. Com os cursos d´água abertos, porém preservados e tratados, teremos um aumento da área verde na cidade e isso influenciará positivamente nos projetos de urbanização e edificações”, cita Gabriel.
É importante que se respeite as faixas de domínio dos cursos d´água da cidade e que sejam criados planejamentos compatíveis a eles. Assim, a cidade será beneficiada com esse projeto de lei, sendo possível a criação de áreas verdes e a melhoria de toda a ambiência urbana.
“Se planejarmos o sistema viário e a malha da cidade compatibilizada com o traçado dos córregos e rios, poderemos tirar partido de imensas áreas verdes que poderão se transformar em parques lineares com áreas de lazer e ciclovias. Além disso, o córrego a céu aberto, com sua faixa de domínio arborizada, tratada e preservada, ajudará em muito na melhora do microclima da cidade”, explica Gabriel Velloso.
Este Projeto de Lei é um espelho de exemplos que acontecem em outros países do mundo, onde se respeitam os seus rios e córregos, aumentando a qualidade de vida dos cidadãos e espera-se que tenha o mesmo efeito positivo na capital mineira.
Gabriel Velloso cita que a população precisa estar ciente que, ao mesmo tempo em que ocupa o espaço, tem-se que pensar as consequências e, também, as soluções. Ele ressalta que esta iniciativa de deixar os rios a céu aberto só trará benefícios à Belo Horizonte e seus moradores.
“Sempre será mais fácil tapar o córrego para não ter que ver o que passa dentro dele ou para não ter que se responsabilizar pelo que acontece na cabeceira do córrego. Devemos lembrar que o esgoto e as enchentes são problemas causados pela ocupação e aglomeração de sítios naturais, mas precisamos das cidades e não há como viver sem elas. Visitei inúmeras cidades pelo mundo onde o rio faz parte da cidade e não é apenas um canal de dejetos que passa por baixo de uma rua. Na minha perspectiva, Belo Horizonte seria um lugar muito mais agradável se tivéssemos o mesmo pensamento e ação”, encerra.

Mão Dupla Comunicação

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