SindusCon-SP: Queda no PIB da construção deverá aumentar nos próximos meses

01/06/2016 - indusCon-SP: Queda no PIB da construção deverá aumentar nos próximos meses

Retração acumulada em quatro trimestres atinge 7,1%

No primeiro trimestre de 2016, o PIB da construção registrou retração de 1% na comparação com o trimestre anterior, já desconsiderando os efeitos sazonais, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (1). Ou seja, a melhora observada no último trimestre de 2015, quando houve crescimento de 1,5%, não se sustentou.

Para o vice-presidente de Economia do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), Eduardo Zaidan, não haverá melhoras no setor no curto prazo. “Esse cenário é resultado da instabilidade política, aliada a falta de confiança dos investidores na economia. Nos próximos meses não teremos mudanças significativas, pois novas medidas demoram a fazer efeito”, afirma. “A principal tarefa do governo é reverter esse quadro de economia ainda este ano. E que se tome medidas efetivas para que isso aconteça.” O SindusCon-SP projeta uma decréscimo de 5% no PIB da construção para este ano. Em 2015 a redução foi de 7,7%.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2015, o PIB setorial encolheu 6,2%. Vale notar que em 2015, nesta mesma comparação a queda foi de 8,3%, portanto, a comparação está sendo feito com uma base deprimida.  Com este resultado, a retração do PIB da construção acumulada em quatro trimestres atinge 7,1%. Esse resultado é ligeiramente inferior, portanto, à queda verificada no ano de  2015 (7,6%).

Para o SindusCon-SP, essa deve ser uma tendência ao longo dos próximos trimestres, ou seja, a comparação com uma base já bastante deprimida vai contribuir para uma taxa acumulada menor ao longo do ano.  “A piora na comparação com o trimestre anterior mostra que a atividade segue encolhendo, o que tem sido confirmado por outros indicadores como emprego, produção física de insumos da construção e comércio varejista de materiais”, ressalta Zaidan.

Outro ponto que deve ser destacado é que os indicadores de atividade mostram uma retração mais severa na produção formal da construção em relação a produção de pequenos empreiteiros ou das próprias famílias. Enquanto o número de empregados com carteira registrou queda de 14,1% na comparação do primeiro trimestre com o mesmo trimestre de 2015, a PNAD contínua aponta apenas uma pequena retração de 1,18% no total de ocupados na construção nessa mesma comparação.

Em valor, o PIB da construção alcançou R$ 78,9 bilhões, o que representou 5,35% do PIB brasileiro. No primeiro trimestre de 2015, essa relação era de 5,71%.

A formação bruta de capital fixo encolheu 17,5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. “Isso é o mais preocupante em termos de saúde futura da economia brasileira”, afirma Zaidan. “O governo deve tomar todas as ações possíveis para melhora desse ponto, pois esse é o principal indicador que não teremos crescimento na frente. A construção é um setor crucial para reverter esse quadro.”

Os números mais negativos comparativamente aos da construção refletem a queda maior nas importações e produção de bens capital. Em relação ao trimestre anterior os investimentos encolheram 2,7%, o décimo trimestre consecutivo nessa base de comparação.

Na comparação com o PIB, os investimentos alcançaram 16,9%, uma queda de 2,6 pontos percentuais na comparação com a taxa do primeiro trimestre de 2015.

Sobre o SindusCon-SP - O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) é a maior associação de empresas do setor na América Latina. Congrega e representa 650 construtoras associadas e 15 mil filiadas em todo o estado. A construção paulista representa 27,5% da construção brasileira, que por sua vez equivale a 5,5% do Produto Interno Bruto do Brasil.

Assessoria de imprensa SindusCon-SP

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