Incentivo fiscal em inovação gera retorno de 3,5 vezes à sociedade, diz palestrante no III Sobratema Fórum

01/11/2012 - Incentivo fiscal em inovação gera retorno de 3,5 vezes à sociedade, diz palestrante no III Sobratema Fórum
 
Para cada R$ 1 que o governo concede de incentivo fiscal ao setor privado para investimento em inovação tecnológica, a empresa e a sociedade conseguem de volta R$ 3,50 na forma de receita e de impostos. O cálculo é de Valter Pieracciani, presidente da Pieracciani Desenvolvimento de Empresas e foi divulgado em palestra proferida durante o III Sobratema Fórum Brasil Infraestrutura - Tecnologia e Inovação, realizado nesta terça-feira (30), em São Paulo.
O levantamento de Pieracciani foi feito em 2010 com base nas análises dos dados de 18 empresas dos setores de alimentos, bebidas, bens de consumo, papel e celulose, tecnologia da informação, construção civil e energia. Na sua avaliação, o dado mostra o quanto à inovação é importante para a economia.
Segundo o empresário, a construção é um dos setores que mais trabalha com as universidades e desenvolve inovação. “Diariamente, são colocadas em prática novas tecnologias nesse segmento, porém as pessoas que trabalham na área não percebem que se trata de inovação”, afirmou Pieracciani.
No entanto, ao reconhecer a ação inovadora, a empresa pode usar um dos instrumentos fiscais direcionados à pesquisa, desenvolvimento e inovação para ampliar essa prática. “As empresas que investem em inovação têm sido reconhecidas pelo governo, como por exemplo, o anúncio de que o IPI será reduzido para as montadoras que investirem em P,D&I”, analisa Pieracciani.
 
Planejamento e gestão
Para Ercio Thomaz, pesquisador do IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, o acirramento da concorrência, principalmente, em obras de edificações, além do planejamento e gestão serão cada vez mais valorizados nas empresas que atuam nesse segmento. "A automatização e informatização de processos já é uma realidade e está contribuindo para uma melhor eficiência na construção civil", explica.
Além disso, segundo Thomaz, a exigência da sociedade moderna por edifícios cada vez mais inteligentes e com uma estrutura de lazer completa, aliada à sustentabilidade ambiental, têm levado as empresas da cadeia da construção a desenvolver materiais, equipamentos e processos construtivos que atendam essas necessidades. "Há 20 anos, o projeto de uma edificação era mais simples, contemplando as partes hidráulicas, elétricas e de telefonia. Hoje, a gama é muito maior com novas modalidades dentro de um projeto, incluindo alvenaria, exaustão, automação, entre outros", exemplifica.
Thomaz em sua apresentação no III Sobratema Fórum Brasil Infraestrutura - Tecnologia e Inovação também exemplificou diversos tipos de processos construtivos, equipamentos e ferramentas que já vêm sendo utilizados na construção civil brasileira. No caso de obras de infraestrutura, citou as pontes estaiadas, que são usadas em grandes centros urbanos que precisam aumentar a mobilidade do tráfego de veículos, e o cantitravel, que é a cravação de estacas de sustentação de superestrutura sem contato com o solo, que já vem sendo usado na construção do Trecho Leste do Rodoanel de São Paulo.
 
Talento e inovação
Já o psicólogo e consultor em gestão empresarial Waldez Ludwig, que fez a palestra Principais fatores da Competitividade: Estratégias, Excelência, Inovação e Talento, sustentou que inovar é importante para aumentar o valor percebido pelo cliente. “E a inovação só ocorre com o conhecimento. Este decorre da educação. Nesse caso, a situação no Brasil é muito preocupante, pois 1/3 da população não tem a quarta série do ensino fundamental. Aqui está o chamado Custo Brasil”, afirmou o palestrante.
Ludwig tratou também dos aspectos conceituais da inovação. Para ele, as empresas precisam entender que para se conseguir inovar é preciso ter ousadia. “Por exemplo, ao se estabelecer metas tem de lembrar que meta boa é aquela em que você não tem a menor ideia de como vai conseguir atingi-la. Só assim você vai inovar, pois do contrário, sempre se chegará a ideias pouco inovadoras”. 
Outro fator de inovação é conseguir atrair pessoas talentosas para seus negócios. Nesse aspecto, ele fez duras críticas ao sistema de gestão de pessoas das organizações. Ele criticou, por exemplo, instrumentos como isonomia salarial e plano de cargos e salários. “Com esses mecanismos arcaicos não se consegue inovação. Quando se ganha igual, por exemplo, seguindo a isonomia, aquele que trabalha bem começa a relaxar e acaba nivelando por baixo e ninguém se compromete com nada”, conclui Ludwig.

Mecânica de Comunicação Ltda.

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