Fim de ano, novo tempo?

19/12/2012 - Fim de ano, novo tempo?

Por João Leopoldino Neto*

Certas datas e épocas favorecem e até estimulam a realização de balanços e inventários sobre dias idos e vividos, no tocante a realizações, conquistas e, principalmente, ao que se almeja para a nova etapa. Trata-se de prática costumeira em diferentes épocas, culturas e locais nos quais a espécie humana desenvolve sua história.
Esse exercício extrapola a mera individualidade. Atinge a sociedade como um todo, principalmente nas atividades corporativas, deixando mesmo de ser apenas um exercício intelectual e emotivo para se transformar em uma prestação de contas de cada segmento político-econômico do grande vitral que forma o mundo em que vivemos.
A ocasião é ainda mais propícia para o segmento da construção pesada por também representar a posse de novos governos municipais, alguns detentores do mando em cidades com população superior até a de alguns países, como é o caso de São Paulo e de dezenas de grandes municípios em seu entorno.
Voltando o olhar para o que se pode descortinar em termos de trabalho para esses novos perfis de governo, sobram desafios em todos os segmentos da atividade pública. O inegável crescimento das últimas décadas, melhorando as condições de vida de expressivas parcelas da população, tornando-as mais exigentes em matéria de serviços e consumo, volta a destacar uma das fragilidades nacionais: a infraestrutura em todos os setores da atividade humana.
A ausência de estradas, portos, aeroportos e equipamentos congêneres, necessários ao escoamento da produção, tanto agrícola quanto industrial e até de serviços, além da questão da mobilidade urbana, é o gargalo imobilizador que continua ameaçando a consolidação e expansão das vitórias até agora contabilizadas. Sobram projetos, tentativas de novos modelos econômicos e operacionais, mas é forçoso reconhecer a falta de dinamismo na maioria dessas articulações.
O setor da construção pesada, mola mestra da maioria dessas empreitadas, contabiliza bem menos realizações do que seria necessário registrar para realmente fazer frente aos dias e aos desafios que se configuram no horizonte. Apesar dessa constatação, o otimismo deve continuar sempre presente, agora alavancado também pela posse de novos mandatários, eleitos pelo povo para gerir os destinos da população, que também cresce em formidáveis proporções.
É nesse particular, ou seja, a necessidade de mais ênfase e dinamismo para transformar projetos em efetivas realizações de utilidade geral e de fundamental importância para a economia do país, que também deve se agigantar o papel das corporações, entidades e setores da economia privada, na cobrança de decisões do setor público. A inércia desses setores, ou apenas sua atuação em prol dos interesses privados de seus integrantes, escapa ao desenho comunitário que todos, nessa passagem de ano, idealizamos para o país. Unidos, presentes e atuantes junto aos novos mandatários conseguiremos desenhar e configurar o Estado de São Paulo e o Brasil de nossos filhos e descendentes.

* João Leopoldino Neto é engenheiro, 1º vice-presidente do SINICESP – Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo

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