Cursos de formação profissional sob medida ajudam empresas a combater escassez de mão de obra

22/10/2013 - Cursos de formação profissional sob medida ajudam empresas a combater escassez de mão de obra
 
Em parceria com o Formare, companhias adotam treinamento flexível para capacitar futuros talentos profissionais
 
A Takata do Brasil sabe muito bem como é difícil encontrar profissionais com habilidades técnicas específicas, como um Operador de Produção e Montagem de Componentes Injetados. Este tipo de profissional, especialista em produzir peças para automóveis, é mais um da extensa lista de trabalhadores qualificados em falta no mercado. Para minimizar esses problemas, a companhia decidiu investir em um programa que aliasse responsabilidade social e qualificação profissional. Foi assim que surgiu a parceria com o Formare, da Fundação Iochpe.
Por meio desse acordo, o Formare fornece todo o suporte pedagógico e material de apoio para a Takata qualificar jovens em suas instalações. Assim que concluem os cursos, todos estão aptos a trabalhar na própria empresa ou escolher outro local para iniciar a carreira.
Para Cristiane Navarro, Coordenadora de RH da Takata, uma das grandes vantagens da parceria com o Formare é ter uma grade curricular personalizada. “A grade é composta por disciplinas de integração, obrigatórias e técnicas. Um dos principais critérios que utilizamos para elaborar a grade é adequar a infraestrutura da empresa ao curso, ou seja, identificar no curso as características dos produtos, serviços e funcionamento dos processos”, conta.
“A grade contribui para que os alunos relacionem a parte teórica com a prática, pois muitos conhecimentos adquiridos em aula são aplicados no chão de fábrica. E por meio disto o aluno tem uma visão ampla da formação que está sendo oferecida, de tudo o que ocorre na escola, tanto as atividades programadas como as desenvolvidas”, completa.
Segundo Tetsuhiko Iwanaga, vice-presidente da Takata, “o objetivo primordial é contribuir para a capacitação de jovens para que eles possam ser inseridos no contexto empresarial de forma harmoniosa, e um dos diferenciais da Escola Formare é permitir customizar a grade curricular para atender as necessidades da empresa”.
O resultado disso foi que na primeira turma formada no ano passado todos os alunos foram contratados pela empresa. “Ver esses jovens formados pelos nossos educadores voluntários ocupando postos importantes dentro de nossa empresa é motivo de muita satisfação e orgulho. Somente por este motivo, temos certeza que vale à pena investir no Programa Formare”, conclui.
Para elaborar uma grade curricular sob medida, a equipe do Formare faz uma visita de diagnóstico à empresa que pretende adotar o curso. Nessa etapa são registradas informações como características dos produtos da empresa, aspectos do processo de produção (nível tecnológico e de automatização, infraestrutura física e de pessoal), missão, visão e valores da empresa. Os dados sobre a economia local, necessidades (de curto e médio prazo) de mão de obra local e da empresa são somados aos dados levantados na visita de diagnóstico.
De acordo com o professor Alfredo Vrubel, da Universidade Federal Tecnológica do Paraná, outro parceiro estratégico do Formare, a grade é projetada para um trabalho de formação para o futuro. “É desenvolvida para que o aluno organize o seu pensamento e adote comportamentos que o mercado de trabalho necessita, não apenas o que aprende naquela empresa”, diz.
O acadêmico também lembra que essa grade deve ser muito dinâmica porque é desenvolvida para atender às necessidades dos educadores. “A grade é operada pelos educadores-voluntários, que são colaboradores dos diversos níveis da empresa. Ao ensinar e compartilhar seus conhecimentos e competências no dia-a-dia, os colaboradores acabam fazendo um grande exercício de reflexão sobre as reais necessidades da empresa no tocante ao desempenho profissional dos atuais e futuros colaboradores”, finaliza.
A grade curricular que o Formare oferece às empresas é composta de 15 a 20 disciplinas, dependendo do curso e todas estão alinhadas às exigências do Ministério da Educação e Cultura (MEC). Os cursos, com duração de, no mínimo, 800 horas/aula, são desenvolvidos pela equipe pedagógica do Formare, de acordo com as características de cada empresa e a realidade do mercado de trabalho local. Eles são certificados por uma instituição federal de ensino vinculada ao MEC --a UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), que mantém convênio com a Fundação Iochpe desde 1995.
O Formare é um projeto social desenvolvido pela Fundação Iochpe, em parceria com empresas de grande e médio porte, que oferece cursos de formação inicial para o mercado de trabalho a uma turma de, em média, 20 jovens de famílias de baixa renda residentes no entorno das empresas.
Os cursos são realizados em período integral dentro das empresas por funcionários que se dispõem, como voluntários, a ministrar as aulas.
Ou seja, a empresa é transformada em um ambiente de aprendizagem e qualificação profissional contínuas, tanto para os colaboradores como para os estudantes beneficiados.
 
Números FORMARE
Escolas: 76 | Empresas parceiras: 47 | Alunos em formação: 1.520 Educadores voluntários atuando: 6.700 | Cobertura nacional: 60 municípios em 9 Estados do Brasil | Uma escola na Argentina
Perfil do aluno: Para ser aluno do Formare, o jovem deve ter entre 16 e 19 anos, cursar o ensino médio, ter renda per capita familiar de até um salário mínimo, não ter tido acesso a cursos profissionalizantes e nem ser filho de funcionário da empresa onde o curso será ministrado.