Obras de infraestrutura para o agronegócio: como eliminar os gargalos

30/10/2013 - Obras de infraestrutura para o agronegócio: como eliminar os gargalos
 
O SINICESP promoveu, no dia 29 de outubro, importante Fórum subordinado ao tema "Obras de infraestrutura para o agronegócio no Estado de São Paulo". Participaram, como expositores/debatedores, superintendente do DER-SP, Clodoaldo Pelissioni, o presidente da Macrologística, Renato Pavan, e o diretor técnico da Associação Brasileira do Agronegócio – ABAG, Luiz Antonio Pinazza. Os trabalhos foram coordenados pelo presidente do Sindicato, engenheiro Silvio Ciampaglia. Como mediadora, atuou a jornalista especializada em economia Denise Campos de Toledo, da Jovem Pan e do SBT. Estiveram presentes, além de dezenas de empresários, os presidentes Camil Eid, do Instituto de Engenharia, Gigi Cavalieri, da ADCE e Clovis Salioni Junior, da ABEF.
O presidente Silvio Ciampaglia foi incisivo ao abrir os trabalhos: “O  desafio da integração soberana do Brasil consiste em superar os entraves da precária infraestrutura dos transportes, em todos os seus modais: rodoviário, ferroviário, aeroportuário, portuário e hidroviário. O País reclama maior visão do futuro e coragem para realizar os investimentos necessários na logística de transportes. Exige um Estado mais ágil e mais eficaz. Afinal, um país com a rara diversidade e as dimensões continentais do Brasil não pode se resignar a taxas de crescimento medíocre”.
 
Problemas de infraestrutura que impedem o progresso de setores importantes da economia
Acrescentou que ações em infraestrutura melhoram o escoamento da produção, o acesso aos bens e serviços de origem urbana e geram oportunidades de trabalho, facilitando a integração de atividades produtivas. Os investimentos em infraestrutura destacam-se como um vetor decisivo de qualquer estratégia de desenvolvimento.
Para o presidente do SINICESP é necessário enfatizar que o Brasil enfrenta graves problemas de infraestrutura que impedem o progresso de setores importantes da economia – entre eles, o transporte -, cujas soluções, a médio e longo prazos, precisam ser discutidas com urgência. Destacou: “Os gargalos existentes em toda a logística de transportes – rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias - aumentam os custos dos produtos e diminuem a competitividade das classes produtoras do País. Todos reconhecem que as deficiências da infraestrutura são os principais “nós” que travam o desenvolvimento da economia brasileira”.
De acordo com Silvio Ciampaglia, os problemas de infraestrutura aumentam em 23% o custo do transporte no país, que gasta com mais combustível, pneus e emite mais gases poluentes, além de perder competitividade na produção e enfrentar um maior risco de acidentes. Os gargalos também prejudicam o desenvolvimento do agronegócio brasileiro. É preciso buscar soluções para escoar e exportar a produção com mais eficiência. O apagão portuário é uma grande preocupação nacional, representa um prejuízo incalculável para o agronegócio. No Brasil, o custo para escoar a produção da lavoura até o porto de embarque é quatro vezes maior que nos Estados Unidos e na Argentina.
Por fim, enfatizou: “O País precisa desenvolver o agronegócio, integrado pela agropecuária, as agroindústrias, as indústrias de insumos químicos, os fabricantes de equipamentos. Mas, segundo uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, os empresários indicam a falta de infraestrutura como um dos principais fatores que atravancam o progresso do país. Oo aumento da competitividade da economia e a criação de um ambiente favorável ao crescimento dependem da melhoria da infraestrutura de transportes. Com exceção da malha rodoviária paulista, considerada a melhor do país, as estradas brasileiras necessitam de ampliações e melhorias. Além, claro, de fortes investimentos nos outros modais de transporte”.
A jornalista Denise Campos de Toledo fez algumas considerações sobre o momento atual do País. Lembrou que somente há o caminho de investimentos em infraestrutura para reduzir o custo Brasil, pois a precariedade dos transportes encarece o custo da produção. Acrescentou que os primeiros passos do governo federal não foram positivos, pois a iniciativa privada exige regras claras, eficiência, maior diálogo. Não é possível investir com a insegurança jurídica existente.
 
Importante ter visão moderna e inovadora do agronegócio
O diretor técnico da Associação Brasileira do Agronegócio – ABAG, Luiz Antonio Pinazza, disse que já vem sendo desenvolvido trabalho em conjunto com a cadeia da construção na busca de soluções pra o crucial problema decorrente da precariedade dos transportes, fato que dificulta a expansão do agronegócio. Citou o Porto de Santos, que não consegue mais atender a demanda crescente do Brasil, líder mundial de sucroenergéticos, sucos, bovinos, produções florestais e grãos. Acrescentou que o País, com as pesquisas, superou a instabilidade climática e hoje exporta R$ 20 bilhões, necessitando, assim, melhorar a malha rodoviária e investir em ferrovias, hidrovias, portos e no etalnoduto.
Destacou, ainda, que é importante ter visão moderna e inovadora do agronegócio, paradigma na produtividade e rentabilidade, gestão de qualidade, adequação ambiental e social e envolvimento dos elos das cadeias produtivas. Cumpre, também, agilizar as licenças ambientais, pois muitos são os entraves gerando atrasos. Acrescentou ser necessário sensibilizar o governo da importância da infraestrutura e da segurança jurídica nos negócios entre Estado e iniciativa privada.
O presidente da Macrologística, Renato Pavan, disse que os gargalos afetam todo o sistema de transportes, implicando necessidade de um plano estratégico transparente para tornar o Brasil competitivo. Para ele, o problema principia com planos picados, sema criação de eixos de transporte. Para o País crescer tem de contar com a parceria da iniciativa privada. Citou as hidrovias, subutilizadas, transportando, em São Paulo, pelas barcaças, areia e cana. Acrescentou a importância de acelerar investimentos em ferrovias, principalmente na execução do Ferroanel, e no Porto de São Sebastião.
Último a falar, o superintendente do DER-SP, Clodoaldo Pelissioni, destacou o agronegócio paulista, com destaque para laranja, etanol, borracha e grãos, além do esforço governamental para incrementar as áreas de tecnologia e pesquisas, investindo na formação de mão de obra qualificada. Destacou que o Plano Plurianual contempla investimentos em logística da ordem de R$ 30 bilhões. Depois, citou obras em execução ou programadas.
Citou o Rodoanel, maior obra rodoviária em andamento no país.
A construção do Trecho Leste tem entrega prevista para março de 2014, afirmou. Acrescentou o sucesso das concessões no Estado de São Paulo num total de 19, cujas estradas são consideradas as melhores do País. Lembrou que o Governo do Estado de São Paulo firmou com o Ministério dos Transportes um acordo no valor de R$ 332,8 milhões para que o Ferroanel Norte possa ser construído junto com Rodoanel Norte. Com os empreendimentos acontecendo simultaneamente, haverá uma economia de R$ 1,3 bilhão. Além disso, o impacto social e ambiental também será reduzido, já que etapas como terraplenagem e drenagem serão reaproveitadas nas duas obras.
Clodoaldo Pelissioni disse que a Nova Tamoios Contornos criará uma alternativa à SP-055 para o acesso a Caraguatatuba e São Sebastião. A nova rodovia, com 33,9 quilômetros, desviará o tráfego de passagem, sobretudo o de caminhões, da área urbana e também os que seguem ao Porto de São Sebastião. O investimento total é de R$ 1,99 bilhão. Quanto ao porto de São Sebastião, disse que os investimentos previstos são de R$ 2 bilhões programados para o próximo ano. Do mesmo modo, há fortes investimentos nos aeroportos regionais.
 
São Paulo: R$ 6 bilhões para obras rodoviárias
No que tange às rodovias, o superintendente do DER lembrou que São Paulo possui 200 mil km de estradas, sendo 37 mil pavimentadas. A autarquia cuida de 15,5 mil km. O Governo está investindo R$ 6 bilhões para ampliar, melhorar e construir grandes eixos com o objetivo de colocar todas as estradas nos níveis de boas e excelentes.
Clodoaldo Pelissioni destacou, também, o túnel ligando Santos ao Guarujá. Projetado com tecnologia inédita no País, o túnel permitirá a articulação do transporte entre os dois municípios, reduzirá o tempo de circulação de veículos, eliminará gargalos no trânsito das duas cidades e contribuirá para a diminuição do consumo de combustíveis e a emissão de gases poluentes. Inovação e sustentabilidade são as grandes características do projeto.
 
Comunicação Sinicesp

Banner
Banner
Banner

Site Login