Rosatom negocia construção de mais 40 reatores no exterior

23/01/2014 - Rosatom negocia construção de mais 40 reatores no exterior
 
Demanda dobra mesmo após Fukushima. Projetos na América Latina estão em fase preliminar
 
A carteira de encomendas estrangeiras da estatal nuclear russa Rosatom tem possibilidade de expansão para a construção de mais 40 reatores em 2014, de acordo com anuncio feito pelo CEO da Rosatom, Sergey Kiriyenko. "A quantidade total de contratos que temos hoje é de 20 reatores. Após Fukushima nós dobramos o número de pedidos, mesmo com a queda que houve no mercado. Atualmente temos mais quarenta contratos sendo avaliados. Espero que todos sejam concretizados”, afirmou ele. O total de contratos da Rosatom inclui não só a construção de usinas nucleares, mas entregas de combustível nuclear e urânio enriquecido, entre outros serviços.
O portfolio de contratos da Rosatom no exterior já soma mais de US$74 bilhões e recentemente a estatal recebeu aporte de aproximadamente US$ 2,5 bilhões do governo russo para apoiar o crescimento do uso da energia nuclear tanto no país quanto no exterior em 2104.
Na América Latina, a Rosatom está atenta especialmente aos movimentos do Brasil e da Argentina. "Ambos os países já anunciaram programas de energia nuclear, mas eles ainda não estão abertos à apresentação de propostas e há apenas negociações preliminares em curso. Estamos muito interessados na América Latina”, afirma Sergei Kiriyenko. A Argentina anunciou planos de construir uma usina de 1,8 GW de capacidade de geração nuclear e esperava abrir licitação para o projeto no ano passado.
Segundo Kiriyenko, CEO da Rosatom, a geografia de investimentos em energia nuclear mudou, compreensivelmente. Esse mapa hoje não inclui Alemanha, Japão e vários países europeus. No entanto, a Grã-Bretanha, que não estava na previsão antes de Fukushima já aparece como importante player no mercado.  “A Rosatom já recebeu um convite para trabalhar na construção de reatores das centrais nucleares no Reino Unido, graças a negociações diretas entre Grã-Bretanha e Rússia”, revelou.
Nesse momento a Rosatom também está construindo nove reatores na Rússia. A partida de geração de energia do primeiro reator da planta de Beloyarsk deve ocorrer nos próximos meses. No final de 2014, a estatal planeja iniciar a construção de mais dois reatores, na planta de Rostov e na usina nuclear de Novovoronezh.
A Rosatom também está em negociações com Arábia Saudita, que não possui nenhuma usina nuclear e já manifestou interesse em negociar com a Rússia para construir sua primeira central.
 
Balanço 2013
Na Europa e na Ásia, a Rosatom fechou novos contratos para a construção de reatores nucleares na China e na Índia, que já estão em andamento. A empresa já havia inaugurado ano passado o primeiro reator da usina nuclear de Kudankulam, na Índia, e também iniciou a construção do terceiro e quarto reatores da usina nuclear de Tianwan, na China. No Vietnã, foi fechado contrato para construção de quatro reatores, com possibilidade de expansão. Na Turquia, o licenciamento e o projeto de construção da usina nuclear de Akkuyu foram concluídos em 2013 e já estão sendo submetidos às autoridades reguladoras. Ainda em 2013 a estatal lançou a usina nuclear de Bushehr, no Irã.  Além disso, a Rosatom iniciou a construção do edifício principal na usina nuclear de Ostrovets na Bielorrússia e a preparação da infraestrutura para construir a central nuclear na Jordânia, onde venceu licitação internacional.
Kirienko também mencionou o contrato para a construção de uma central nuclear na Finlândia, que prevê a construção da usina de energia nuclear de 1.200 megawatts Hanhikivi-1, em Pyhäjoki, noroeste do país. O custo do projeto Hanhikivi é estimado entre US$5,4 e US$8 bilhões,  que também engloba compra de equipamentos e fornecimento de combustível. A construção da usina começará em cerca de dois anos, segundo o CEO da Rosatom.
 
Rosatom no mundo
A corporação estatal de energia atômica Rosatom engloba mais de 250 empresas e instituições científicas, incluindo todas as empresas civis nucleares da Rússia, as instalações do complexo de armas nucleares, organizações de pesquisa e a única frota de propulsão nuclear do mundo (navios quebra-gelo e submarinos). A Rosatom emprega mais de 250 mil pessoas.
A empresa ocupa posição de liderança no mercado mundial de tecnologias nucleares, implementando projetos para a construção de 28 unidades de energia nuclear, 19 das quais no exterior, em países como Índia, China, Bielo-Rússia, Turquia e Vietnam.
 
A Rosatom e o Brasil
A cooperação russo-brasileira na esfera nuclear é regulada pelo Acordo Bilateral entre o Governo da Federação da Rússia e o Governo da República Federativa do Brasil para uma parceria visando usos pacíficos da energia nuclear, assinado em 15 de setembro de 1994. No dia 21 de julho de 2009, os dois países concluíram um memorando de entendimento para cooperação nuclear.  www.rosatom.ru
Em dezembro de 2011, a Rusatom Overseas aderiu à Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan). A empresa já anunciou que tem intenção de investir no Brasil, trazendo a tecnologia russa para o país. A Rosatom pretende abrir um escritório no país em 2014, estando disposta a apoiar as iniciativas brasileiras com uma gama de soluções que vão da oferta de tecnologia ao investimento direto.
 
In Press Porter Novelli Assessoria de Comunicação

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