DNA para o empreendedorismo

10/02/2014 - DNA para o empreendedorismo
 
Eficiência e bons relacionamentos marcam a história de Hailton Liberatore, diretor da Libercon Engenharia
 
Em uma entrevista de emprego com a gerente de RH de uma multinacional de construção civil, Hailton Liberatore, por volta do ano 2000, foi questionado sobre o que pretendia de sua vida profissional. Ele não hesitou ao responder: quero ser empreendedor. E foi o que aconteceu. Há sete anos, junto com seu irmão Paulo Liberatore, Hailton funda a Libercon Engenharia, empresa com forte atuação nas áreas industrial, comercial e logística e que conta, atualmente, com cerca de 300 funcionários.
Oriundo de uma família de engenheiros civis – três irmãos e o pai –, Hailton Liberatore, diretor da Libercon Engenharia, quando criança adorava passear com o pai pelas construções durante suas férias. “Para mim era uma diversão, eu sempre gostei de andar pelas obras”, diz. A convivência com a área, segundo ele, influenciou muito sua opção pela engenharia civil. Atualmente, a diversão de Liberatore é diferente de quando era criança ao visitar uma obra, mas ainda gosta de acompanhar sua evolução. “A diferença é que o ‘passeio’ pela obra agora é um pouco mais árduo”, brinca.
Formado em 1994, em engenharia civil pelo Instituto Mauá, em São Paulo, Liberatore saiu da faculdade sabendo que queria atuar no setor da construção civil. “Trabalhei em grandes projetos ao longo da minha carreira, morei em diversas cidades do Brasil, até que decidi voltar para São Paulo, com o intuito de levar uma vida mais calma, constituir uma família e voltar a estudar, fazer um MBA, por exemplo”.
Por volta de 2000, o engenheiro foi trabalhar na Hochtief, multinacional referência no mercado, onde ficou até o ano de 2006 e participou de vários projetos de grande porte. “Foi uma passagem muito importante para mim, de aprendizado e desenvolvimento, tanto pessoal como profissional. Aprendi como funcionavam os negócios corporativos aqui em São Paulo. E em pouco tempo consegui alcançar uma posição de gerente de Contratos”, conta. Segundo ele, o momento da construção civil não estava tão positivo como atualmente. Na Hotchtief, empresa alemã, os funcionários para galgar cargos precisam de tempo de casa e de idade. “E eu consegui, mesmo jovem e com pouco tempo na empresa me posicionar bem lá dentro e me tornar gerente de Contratos. Isso graças a muito trabalho”.
O tempo passou, chegaram os filhos e Liberatore sentiu a necessidade de buscar novos caminhos. “O profissional da construção civil demorou muito tempo para ser reconhecido e bem remunerado. Eu tinha um ótimo salário, mas queria alçar novos vôos. As décadas de 80 e 90 foram muito ruins para a construção civil, que é investimento puro: ou é a necessidade de uma fábrica - investimento para produzir mais e vender mais - ou é investimento imobiliário, especulativo”, comenta.
Assim, apesar de gostar bastante de trabalhar na Hotchtief e de ter bons amigos até hoje por lá, o engenheiro se juntou ao irmão, Paulo Liberatore, que atuava com infraestrutura de tecnologia da informação há algum tempo e deram início à nova empreitada. Em 2006, foi fundada a Libercon Engenharia, nas vésperas do ‘boom’ imobiliário. “Contamos um pouco com a sorte, mas eu acredito que somente sorte não existe, é preciso propiciar a sorte, ‘cavocar’ a oportunidade, afinal, ninguém bate na porta dizendo que está chegando uma explosão imobiliária”, brinca o diretor.
Como a Libercon Engenharia era uma empresa nova, pequena e o know how era vinculado somente aos sócios e não à empresa, o início foi difícil. “Quando a empresa é nova, fica complicado conseguir emplacar grandes contratos”, diz Liberatore. Mas os bons relacionamentos conquistados em todos esses anos e com a boa imagem que os clientes tinham do engenheiro, as oportunidades foram surgindo. “Começamos fazendo reformas industriais e agências bancárias. Até que um importante cliente, com quem já tinha tido contato no passado, me convidou para participar de um projeto que estava em desenvolvimento”, conta.
A empresa era uma incorporadora americana, que chamou a Libercon Engenharia para participar de uma concorrência. “Foi uma bela briga para ganhar. Éramos uma empresa pequena com know how de grande. Sabíamos trabalhar, mas não tínhamos, até aquele momento, contratos de acordo com a nossa expertise”, diz. Esse foi, afinal, o primeiro grande contrato da Libercon Engenharia, considerado pela incorporadora como um dos cases de maior sucesso da empresa no Brasil. “Porque, segundo eles, foi uma das obras de melhor qualidade com o menor custo”, ressalta. Naquele momento, a Libercon mudou de patamar.
A partir de então, a Libercon Engenharia entrou para o mercado de grandes obras. Mercado este, muito fechado, que se limitava a, no máximo, sete companhias, diz o diretor. E os players eram sempre os mesmos, empresas com 30,40 anos de existência, consolidadas e reconhecidas no segmento. “Conseguimos entrar para o mercado dos ‘grandes’ onde estamos até hoje”, afirma Liberatore. Com 100% de recorrência de contratos, um dos fatores mais representativos de como a empresa atua no mercado, a Libercon se reafirma como importante player deste segmento.
Nos últimos anos a companhia vem se destacando mais e mais no cenário que atua. Com uma peculiar preocupação em ser uma empresa ‘green friendly’ e com notável apelo à sustentabilidade a Libercon possui, atualmente, 40% dos empreendimentos comerciais e centros de distribuição certificados ou em processo de certificação LEED - Leadership in Energy and Environmental Design - de impacto ambiental, concedida pelo US Green Building Council. Surpreendendo o mercado com o crescimento e atuação, a empresa, com sete anos de existência, foi reconhecida como a que mais construiu obras industriais na região Sudeste pelo Ranking ITC 2013- Inteligência Empresarial da Construção. Recebeu, em 2012, pelo projeto Cajamar Industrial Park, o Prêmio Master Imobiliário – pela primeira e única vez concebido a um condomínio logístico e, no mesmo ano, foi premiada com o Greening 2012, como “Construtora Sustentável”.
 
ViaVerbo