Desafios do Desenvolvimento

24/02/2014 - Desafios do Desenvolvimento
 
Por João Leopoldino Neto*
 
O Brasil deu início, em meados de fevereiro, à abertura da colheita de grãos e inicio do plantio da segunda safra de soja. Embora dependa do agronegócio para manter algum equilíbrio econômico, pois a indústria apresenta seguidas quedas, os problemas para o escoamento da produção persistem. O principal deles diz respeito à infraestrutura de transportes, que apresenta sérias lacunas e precisa acelerar os investimentos para se adequar à demanda crescente.
Aliás, nos últimos quatro anos o País não sabe o que é crescimento vigoroso. A economia continua estagnada em torno de 2% ao ano, ritmo insuficiente para consolidar os avanços sociais da última década. A situação se agrava considerando que a produtividade brasileira permanece estancada há mais de duas décadas. E a chave para destravar o nó da prosperidade passa pelo aprimoramento da infraestrutura e da educação.
De qualquer modo, apesar de 2014 ser um ano eleitoral, com muitas promessas, o período se afigura promissor. De um lado, o Governo do Estado de São Paulo continua a investir firmemente num programa de obras rodoviárias destinado a melhorar substancialmente todas as estradas paulistas, que conta com 19 entre as 20 melhores do País. Trabalho que se completa com a busca de qualidade rodoviária projeto desenvolvido pelo Departamento de Estradas de Rodagem – DER-SP, parceria com o SINICESP e o Sinaenco, além de investimentos em outros segmentos da infraestrutura, como a ampliação do metrô.
O Governo Federal também corre atrás do prejuízo e anuncia ciclo de obras destinado ao escoamento de grãos, a começar pela concessão da Rodovia BR163/MT, que vai ligar Mato Grosso com o Mato Grosso do Sul, aliviando, sobremaneira, o atual movimento de cargas nas estradas do Sul em direção aos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).
A promessa maior é que o Governo Federal trabalha com macroplanejamento para que o País tenha eixos nacionais estruturantes de rodovias duplicadas, que passem pelos centros produtores de grãos e que tenham capacidade de absorver um tráfego maior. Também se labora com o objetivo de ampliar o uso das hidrovias e melhorar a utilização do modal ferroviário. Em pronunciamento, a presidente Dilma Rousseff afirmou que “temos de colocar todo empenho em construir o que há de melhor no universo de transporte”.
Palavras e promessas se acumulam. Boa parte das obras prometidas com a finalidade de melhorar a mobilidade urbana para os grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo, continua à espera de investimentos adequados. Portos e aeroportos são outros entraves. A triste verdade é que a infraestrutura brasileira não atende as demandas atuais e não fornecem condições de crescimento.
O enriquecimento real do Brasil, com o necessário bem-estar social depende da infraestrutura para a circulação das riquezas e de substancial melhoria no sistema educacional, de forma a possibilitar aos trabalhadores produzir mais valor individualmente, por meio da incorporação de novas técnicas, do aprendizado e dos ganhos de eficiência. Afinal, como diz o economista americano Paul Krugman, ganhador do Nobel de 2008, “a capacidade de um país de ampliar o seu padrão de vida depende quase inteiramente de sua capacidade de aumentar a produção por trabalhador”
 
* João Leopoldino Neto, engenheiro, 1º vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo - SINICESP

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